Luzes são vistas no céu de cidades do Nordeste do Brasil
Durante a noite dessa sexta-feira (22), moradores de várias cidades do Nordeste do Brasil registraram vídeos de luzes e “bolas de fogo” cruzando o céu. Veja os vídeos abaixo. Conforme o Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), os objetos vistos são lixo espacial.
Os objetos iluminados geraram curiosidade. O Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros, informou que as “bolas de fogo” têm características de lixo espacial oriundo de um foguete chinês.
“As análises preliminares apontam para a reentrada do estágio superior CZ-2C R/B (NORAD ID: 43173) de um foguete Longa Marcha 2C, lançado em 25 de janeiro de 2018 a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na província de Sichuan, sudoeste da China”, informou a Rede.
Em diversas cidades do Piauí, principalmente no Sul do estado, na região do Vale do Gurgueia, o registro foi feito por populares e compartilhado nas redes sociais com muita curiosidade. Em um dos vídeos, as pessoas conversam e questionam:
“O que é aquilo? Filma! Meu Deus!”.
Na localidade conhecida como Vila Brejal, na capital alagoana, os moradores olhavam incrédulos para o céu enquanto registravam a passagem do rastro de luz e gritavam por outras pessoas para que olhassem também para o céu.
“Isso aí é o Papai Noel!”, brinca um dos moradores.
Moradores avistam luz no céu em Maceió e ficam assustados
Clarão no céu é registrado em cidades da BA
Na Bahia, o fenômeno foi visto em cidades como Salvador, Capão, Serrinha, Feira de Santana, Juazeiro, Canarana, Lençóis e Mucugê.
Bola de fogo cruzando o céu chama a atenção de moradores do Ceará
Em Sergipe, o clarão no céu chamou a atenção também. O professor e coordenador da Casa de Ciência e Tecnologia da Cidade de Aracaju (CCTECA), Augusto Almeida, apontou que o fenômeno, visto em diversas partes do Nordeste, foi originado por lixo espacial.
Clarão é visto no céu de Sergipe
Entrada de lixo espacial na atmosfera chama atenção de moradores do RN
“Eu estava na praça de eventos junto à família e amigos e me senti muito surpreendida. Tenho 34 anos e ainda não tinha presenciado um fenômeno tão bonito, tão interessante de se ver. Tinha criança, idosos, e foi uma sensação de medo, de alegria e curiosidade”, disse a professora Luanna Almeida, que mora em Cruzeta, na região Seridó potiguar.
Os objetos parecem “bolas de fogo” porque incendeiam ao entrar na atmosfera da terra. O motivo é o contato com os gases presentes, entre eles o oxigênio, o que causa a combustão dos materiais. A reação acaba atuando como uma proteção, já que destrói a maioria dos “intrusos”.
Apesar do susto, conforme o Bramon, o “risco é mínimo”, já que a maioria desses objetos acaba não resistindo à entrada na atmosfera terrestre e se desintegra antes de tocar o solo, justamente por conta da combustão.
Eventualmente, contudo, algum resquício do material pode causar danos a propriedades ou pessoas. A maior probabilidade é de que o material tenha caído no mar.