O agronegócio potiguar tem se destacado especialmente na exportação de frutas, com o Rio Grande do Norte consolidando-se como um importante polo fruticultor no Brasil. A região tem obtido crescimento expressivo, particularmente no cultivo de melão, mamão, melancia e manga, produtos que lideram as exportações do estado. De acordo com o secretário da Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio Grande do Norte (SAPE), Guilherme Saldanha, a expectativa para a safra de 2024/25 é que o Estado consiga atingir mais de US$200 milhões de exportações. Isso com a ajuda dos produtos líderes nas exportações, os famosos 4M ‘s (mamão, melão, melancia e manga).
Segundo Guilherme Saldanha, o Rio Grande do Norte cresce nos números de exportação a cada ano que passa, o que é motivo de orgulho para os norte-rio-grandenses. “Tirando 2022 para 2021, os números das exportações de frutas cresceram mais de 10% ao ano. Então, nós saímos de um patamar de U$S43 milhões e, agora, em 2023, quase chegamos aos US$85 milhões. Como o grande volume de safra é agora no segundo semestre, eu acredito que vamos comemorar os U$200 milhões”, revelou entusiasmado com a situação. Em 2023, o Rio Grande do Norte exportou US$195,5 milhões de frutas. O valor representa um crescimento de 21% em relação ao ano de 2022, quando atingiu US$163 milhões.
Durante o encontro, o secretário reforçou a necessidade de investimentos em tecnologia e sustentabilidade para garantir o crescimento contínuo do setor. A estratégia é fortalecer a produção agrícola local, apostando em inovações que possam aumentar a competitividade do estado no mercado nacional e internacional.
Além disso, o representante da pasta disse que é importante debater as perspectivas para o futuro do setor, sempre garantindo espaço para pequenos produtores. Para isso, uma das medidas importantes para esse trabalho é a valorização dos agricultores e implementação de políticas públicas eficazes como uso da tecnologia para facilitar o processo. Guilherme Saldanha defende, também, que o estudo do agronegócio potiguar e dos estados concorrentes vai colaborar para alcançar esse objetivo.
Estratégias
Para o representante da pasta, no setor, é necessário apoiar o agricultor e garantir que ele tenha as mesmas oportunidades que os grandes produtores. “Temos números de crescimento que permitem investimentos no estado. Precisamos continuar avançando. Há muita burocracia nos processos que o pequeno produtor enfrenta. Nós já temos um programa chamado Laboratório Agronômico (Lagro), de sistema de inovação e tecnologia. Ele facilita a gestão da agricultura com análise de solo, da folha, da nematóide e diante dos resultados obtidos com essas análises, faz uma recomendação agronômica”, explica.
Uma maneira de alcançar esses objetivos, além de estabelecer estratégias para o crescimento das exportações no Estado, é entender de que maneira outros competidores conseguiram chegar onde o RN ainda não chegou. “Nós precisamos entender esse setor. Na fruticultura irrigada, de 2002 até 2007, nós éramos maiores do que o Ceará. Depois disso, até 2009, eles conseguiram aumentar o número de exportação mais do que a gente. Atualmente, em 2024, quase dobramos o número em relação ao Ceará, e vale lembrar que ele é o nosso maior competidor aqui vizinho”, disse Saldanha. Os números de 2024 em questão são 85 mil de frutas exportadas, enquanto o Ceará exportou 51 mil.
Além da fruticultura, o Rio Grande do Norte também apresenta outras atividades relevantes dentro do agronegócio, como a aquicultura, sendo o segundo maior produtor de camarão em cativeiro do Brasil. No entanto, o estado ainda enfrenta desafios quanto à industrialização desse setor. Em seguida está a pecuária, a avicultura e a agricultura de sequeiro, que também desempenham papéis importantes na economia local. “Destaco também a pecuária de seleção genética de gados; pecuária de leite; pecuária de corte; e ovinocaprinocultura”, disse Guilherme.
Para Guilherme, o Motores do Desenvolvimento ajuda a dialogar com o setor e mostra à sociedade o tamanho e a importância do setor que põe alimento na mesa dos brasileiros. “Às vezes o conjunto de informação que o Governo e as secretarias têm, outras pessoas não tem. Isso ajuda a revelar o que está acontecendo em todos os setores do agronegócio”, afirma.
A declaração aconteceu durante a palestra da 43ª edição dos Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. O evento ocorreu na sexta-feira (11), no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes.
Promovido pelo Sistema Tribuna durante a Festa do Boi, o seminário contou com a parceria do Sebrae-RN; Sistema Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-RN); Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio Grande do Norte (FAERN); e do Governo do Estado, reunindo produtores, empresários e autoridades para debater os desafios e oportunidades do setor agropecuário.