Candidato entrou na corrida eleitoral de última hora. Sua nomeação pela coalização Plataforma Democrática Unitária (PDU) foi inicialmente temporária, pois a candidatura seria devolvida à ex-deputada liberal María Corina Machado, que venceu as primárias da oposição no ano passado. Contudo, Machado, grande representante do antichavismo no país, está impedida de ocupar cargos públicos por uma decisão da justiça. Agora Urrutia representa a coalizão formado por onze partidos de centro-esquerda e centro-direita.
Urrutia tinha participação nos bastidores da política até então. O candidato fez parte da Mesa Redonda da Unidade Democrática, que promoveu coalizão entre partido democráticos da Venezuela, formando oposição contra Maduro. Entre 1993 e 1998, atuou na Direção de Política Internacional do Ministério de Relações Exteriores. Para especialistas, um dos maiores desafios de Urrutia é se tornar um rosto conhecido entre os eleitores, já que sempre esteve nos bastidores.
Urrutia aparece com mais de 58% das intenções de voto em algumas pesquisas. Apesar das pesquisas divergirem sobre os resultados das eleições, os Institutos Delphos, Datincorp e Meganálisis apontam para vitória da oposição com ampla margem de vantagem em relação a Maduro. As eleições acontecem neste domingo (28) e o resultado deve ser divulgado até a madrugada de segunda-feira, segundo o governo.
Candidato não está acostumado a falar diante de multidões. Ele geralmente lê seus discursos de maneira monótona e muito raramente improvisa. Prefere que as câmeras e microfones estejam apontados para María Corina Machado, que transborda carisma e é a alma da campanha que lhe transfere seu capital político.
Diplomata aceitou ser candidato para contribuir com a democracia. “Nunca, nunca, nunca pensei em estar nesta posição“, admitiu à AFP em abril. “Esta é a minha contribuição para a causa democrática… faço isso com desprendimento, como uma contribuição para a unidade”.
Com AFP