As equipes da região Nordeste foram as que mais se destacaram na grande final da 16ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), organizada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para estudantes do ensino fundamental e médio. Aproximadamente 1,3 mil alunos, distribuídos em 340 equipes de todo o país, participaram das provas e da cerimônia de premiação realizadas na Unicamp no último fim de semana, dias 24 e 25 de agosto.
Nesta 16ª edição da ONHB, que contou com um recorde de participação, foram inscritas 51,2 mil equipes. Durante a final, foram concedidas 17 medalhas de ouro, 27 de prata e 37 de bronze, além de troféus para as escolas vencedoras e medalhas de honra ao mérito para os demais participantes.
O Instituto Federal de Educação da Bahia, campus Porto Seguro, mais uma vez marcou presença na Final Presencial da 16ª Olimpíada Nacional de História do Brasil. Quatro equipes, sob a orientação da professora Ivaneide Almeida, foram convocadas para realizar a Prova Final na Unicamp-SP e participaram da Cerimônia de Premiação nos dias 23 e 24 de agosto:
Marotos Decididos: o retorno da Fênix
- Taís Farias Ribeiro de Souza (4º TI)
- Brenda Ferreira Cândido (4º TI)
- Cauê Nicácio Santana (4º TI)
Tropicália
- Gildson Júnio Santos da Silva (4º TI)
- Amick Lopes Braga (4º TI)
- Carine Santos Alencar (4º TI)
404 ERROR! Perdidos na História 2.0
- Clara Letícia Dantas Ricardo (4º TI)
- Dalvan Gustavo de Jesus Oliveira (4º TI)
- Iasmin Santos Amparo (4º TI)
As Veias Abertas do Brasil
- Ana Clara Céu Pires (4º TA)
- Marcos Tulyo Oliveira Martins (4º TA)
- Isabella Silva Soares (3º TA)
Após uma ampla campanha nas redes sociais, incluindo arrecadações por meio de vaquinhas e bazares, os estudantes o conseguiram viajar para Campinas e o esforço foi recompensado! A Equipe “As Veias Abertas do Brasil” recebeu a medalha de bronze e as outras três foram agraciadas com a medalha de cristal.
O Ceará foi o estado com maior número de medalhas, somando 19 ao todo. Na sequência, a Bahia obteve 15 medalhas, e Pernambuco, 14.
Na ONHB, as equipes são compostas por três estudantes do ensino fundamental ou médio e um professor de História. Os finalistas enfrentaram seis fases online, realizadas entre maio e junho, antes de chegarem à fase final, onde fizeram uma prova dissertativa sobre a repatriação do Manto Tupinambá, peça do século XVI que foi devolvida ao Museu Nacional do Rio de Janeiro em julho de 2024. A prova também exigiu uma reflexão sobre aspectos da cultura material.
No domingo, a cerimônia de premiação contou com apresentações artísticas e a presença de autoridades da Unicamp, incluindo membros da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest). Estiveram presentes também representantes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), da Associação Nacional dos Historiadores (Anpuh), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Mestrado Profissional em Ensino de História, além de convidados, professores e familiares dos finalistas.
Durante o evento, a coordenadora da ONHB e professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (IFCH), Cristina Meneguello, destacou algumas mudanças importantes nesta edição, como a inscrição gratuita para estudantes de escolas públicas e a divisão das equipes por nível de ensino. “Atendemos a um pedido dos professores para que as equipes do ensino fundamental competissem entre si, e o mesmo para o ensino médio. Isso permitiu um acolhimento melhor dos estudantes do fundamental, que representaram 30% dos inscritos”, comentou.
Em solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul, que enfrentou enchentes este ano, a organização da ONHB convidou o professor Ênio Grigio, do Instituto Federal Farroupilha – Campus Júlio de Castilhos, para discursar na cerimônia, representando os professores orientadores. Apesar do adiamento do início da ONHB em uma semana devido às enchentes, o estado conseguiu classificar 11 equipes para a final.
O evento foi marcado por momentos emocionantes, como a conquista da medalha de bronze pela equipe “Vitória Régia”, do Instituto Federal do Acre – Campus Rio Branco. “Estamos muito felizes, não esperávamos levar uma medalha para casa”, comemorou Laryssa Melanya Oliveira Santos, aluna do 3º ano do ensino médio.
No sábado, enquanto as equipes realizavam as provas, o professor Ancelmo Ferreira Machado Carvalho, de Lagarto, em Sergipe, foi agraciado com o Prêmio Joan Botelho, por inscrever o maior número de equipes em 2024, um total de 113. Esse prêmio homenageia orientadores que se destacam no apoio ao ensino e à divulgação científica em História, e é uma lembrança ao professor Joan Botelho, que faleceu em 2021 devido à Covid-19.
Como funciona a ONHB
A Olimpíada é destinada a alunos dos 8º e 9º anos do ensino fundamental e do ensino médio, que competem em equipes formadas por três estudantes e um professor de História. As seis fases online ocorrem entre maio e junho, com duração de uma semana cada, e incluem questões de múltipla escolha e tarefas que envolvem pesquisa, debates e orientação dos professores.
Em 2024, também foram oferecidas bolsas de Iniciação Científica Júnior pelo CNPq para estudantes de escolas públicas que participaram da ONHB. Essas bolsas, no valor de R$ 300,00 mensais por 12 meses, exigem que os alunos contemplados participem de pelo menos um projeto da ONHB em 2024 e 2025.
Os finalistas puderam, ainda, participar de uma prova adicional para concorrer a vagas em cursos de graduação da Unicamp, através do edital ‘Vagas Olímpicas’. Além disso, as medalhas da ONHB são aceitas por outras universidades como critério de ingresso.
A ONHB é realizada com o apoio do Departamento de História da Unicamp, do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) e da Associação Nacional de História (Anpuh), contando também com a participação de docentes, alunos de graduação, mestrandos e doutorandos.