Maria Luiza Monteiro da Silva, esposa de Vitor Soares do Nascimento, o carpinteiro atingido por uma estaca de madeira na cabeça, disse que o marido “morreu e sobreviveu”. Um boletim do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes divulgado na noite desta quinta-feira (11) informou que Vitor permanecia no CTI, com “quadro de saúde potencialmente grave, porém estável”, e sem previsão de alta — mas em plena recuperação.
“Foi Deus. Foi Deus mesmo. Não tem outra palavra, a não ser Deus. O Vitor é uma nova pessoa agora, porque ele morreu e sobreviveu”, declarou ao Bom Dia Rio.
“O Anderson teve aqui na minha porta e falou que o Vitor tinha sofrido o acidente. Aí larguei nossa filha com a vizinha e fui correndo para o hospital. A gente sempre imagina o pior, né”, lembrou.
Maria acrescentou que a filha chama o tempo todo pelo pai. “Todo dia de madrugada ela acorda pedindo ele, chorando.”
Recuperação após cirurgia
Como houve perda óssea no momento da perfuração, em até 8 meses Vitor terá de se submeter a uma nova cirurgia para reconstruir o crânio.
“Ele já dá sinais de interação. Ele está fora do tubo, mexe os membros e interage. A gente acha que o tratamento foi eficaz”, disse Thiago Resende, diretor-geral do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, em coletiva nesta quinta-feira (11).
“A parte que entrou no cenário foi de 6 cm. Ele deu sorte de não pegar em algumas estreitas do cérebro”, emendou.
Para Thiago, Vitor provavelmente não estava de capacete ou qualquer outro equipamento de proteção, mas teve sorte no socorro. “Se eles tivessem tirado a estaca, ele não sobreviveria. Quando isso acontece, é importante não retirar.”
Segundo o diretor, a parte do cérebro de Vitor atingida é responsável pelas emoções. “Não afeta a fala ou movimentos”, ensinou.
Vinícius Zogbi, que coordenou a equipe de neurocirurgiões, disse que a agilidade no episódio foi fundamental. “Ele veio de helicóptero, e a equipe já estava preparada. A tomografia foi feita em tempo rápido, e emendamos nas 4 horas de operação”, descreveu.
“Raspamos parte da cabeça, que estava contaminada com areia e terra, para fazer uma cirurgia com mais segurança. Em seguida, retiramos um pedaço de madeira de 40 centímetros. Mas apenas 6 cm atingiram a cabeça do rapaz”, completou o diretor do hospital.
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