Para Sonia, uma das hipóteses que explicam as porcentagens de baixa escolaridade na região nordeste e entre a população preta e parda é a ausência de políticas públicas que se destinem a lidar com esse contexto. Como exemplo, a professora menciona a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério de Educação encerrada em 2019, e que tinha como função articular políticas de alfabetização e de educação sobre diversos temas junto aos estados.
A falta das políticas públicas, que se prolonga há vários anos, foi agravada pela pandemia de Covid-19. “A Covid, que foi brutal no país e obviamente teve uma incidência maior entre os mais pobres, uma diminuição do acesso aos bens culturais mais violenta entre os mais pobres e isso levou a desestruturação de serviços da educação de jovens e adultos qu,e desigualmente, devem ter sido mais afetados na região nordeste”, acrescenta Sonia.
Mesmo diante dessa realidade, políticas remanescentes atuam para atender as populações locais, como os Centros Integrados de Educação de Jovens e Adultos (CIEJAs) no município de São Paulo, e algumas políticas que estão sendo retomadas no pós-pandemia, como a Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (CNAEJA) e os fóruns de discussão da EJA (Educação de Jovens e Adultos), que vem recentemente debatendo o Novo Ensino Médio.