Analfabetismo entre idosos desafia cumprimento de meta
Brasil cumpriu meta de redução do analfabetismo com um ano de atraso. O PNE (Plano Nacional de Educação) previa que o país reduzisse a taxa a no máximo 6,5% até 2016, o que aconteceu no ano seguinte. A região Norte, porém cumpriu a meta só em 2022, e o Nordeste ainda está longe de atingi-la.
PNE prevê erradicar analfabetismo até o fim deste ano.
Não vamos conseguir [bater a meta] por uma razão simples: o analfabetismo está concentrado nas faixas etárias mais velhas, o que mostra que é fundamental uma política pública de ensino para jovens e adultos. Aí está um nó, e temos evoluído pouco nesta faixa etária. Dificilmente vamos atingir a erradicação proposta tão cedo.
Sergio Leite, professor titular aposentado no Departamento de Psicologia Educacional da Unicamp
Dependemos do desejo e da disponibilidade do adulto de aprender. Campanhas não são suficientes, tem que ter uma estrutura de educação de jovens e adultos, seja formal ou informal, que atue de maneira competente. Não podemos deixar ninguém para trás, mas temos o desafio de convencer aqueles que estão exaustos por causa da jornada de trabalho, ou morando em lugares remotos, ou em múltiplas formas de vulnerabilidade, que não tiveram o desejo ou a oportunidade de aprender.
Claudia Costin, ex-diretora global de Educação do Banco Mundial