“Esses eventos extremos estão conectados pelo excesso ou pela deficiência de umidade, e os dois são provocados não só pela natureza, ou seja, pela variabilidade natural do clima, como pela mão do homem. Embora sejam opostos nos efeitos que causam, tem a mesma origem, que são as altas temperaturas, que provocam chuvas em excesso em uma parte do país e altas temperaturas e tempo seco na outra”. Humberto Barbosa, coordenador do Lapis, em entrevista ao UOL
No Sudeste e a uma parte do Centro-Oeste que inclui o Pantanal, Barbosa afirma que algumas cidades, como São Paulo, Curitiba, Campo Grande e Brasília, já enfrentam desde abril um evento extremo chamado “seca-relâmpago”.
Caracterizadas pela ausência de chuvas e associadas às altas temperaturas, essas secas repentinas podem ter impactos dramáticos sobre a população e vegetação das regiões em um futuro próximo, ainda que, por enquanto, seus efeitos sejam menos notados, avalia o meteorologista.
‘Extremos silenciosos’
O que estamos vendo no Sudeste e no Centro-Oeste com essa massa de ar quente é um evento extremo. As chuvas pararam e isso não é normal, ainda que seja mais silencioso, porque você não vê e não sente os seus efeitos como acontece nas enchentes, por exemplo. Por enquanto, a maioria só sente desconfortos causados pelo tempo quente e, no caso das enchentes, [as consequências] são mais rápidas, ela destrói e pode matar rápido.