Duas massas de ar frio vão atingir o Sul do Brasil nesta semana e a segunda será de maior intensidade, finalmente trazendo um período mais prolongado de marcas invernais que é a condição típica desta época do ano. A segunda incursão de ar frio, a mais forte, será responsável por provocar temperatura muito baixa como ainda não se registrou em 2024.
O mês de junho, que ao lado de junho é o mais frio da climatologia anual, está sendo caracterizado até agora por temperatura muito acima da média em praticamente todo o Centro-Sul do Brasil. Os desvios de temperatura, especialmente as máximas, são enormes em relação às médias históricas.
Ontem, por exemplo, Porto Alegre anotou máxima oficial de 30,4ºC no quarto dia deste mês em que a temperatura na capital gaúcha ficou igual ou acima de 30ºC. No dia 14, a máxima chegou a 32,4ºC, a mais alta já observada em junho em Porto Alegre desde o começo dos registros em 1910.
No Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, as tardes têm sido excepcionalmente quentes. Cuiabá é um exemplo do junho absurdamente quente até agora em 2024. Todos os primeiros 22 dias do mês, sem exceção, registraram máximas acima de 35ºC na capital do estado do Mato Grosso, onde a média máxima histórica de junho é de 31,8ºC.
Na vizinha Argentina, neste mês, várias estações meteorológicas do Centro e do Norte do país quebraram seus recordes de junho de mínimas noturnas altas e máximas à tarde elevadas com intrusão de ar quente enquanto o Sul do país enfrentava temperatura muito abaixo da média.
Justamente este represamento do ar frio no Sul do continente sem incursão de ar frio típico da estação nas latitudes médias sob um bloqueio atmosférico potente no Brasil acabou por determinar que grande parte do mês até o momento fosse marcado por temperaturas atipicamente altas para junho.
Mas este cenário está prestes a mudar, ao menos para a Região Sul, e sobretudo no Rio Grande do Sul, com a previsão de duas incursões de ar frio no decorrer desta semana e uma possivelmente de forte intensidade mais tarde na semana.
Primeira massa de ar frio impacta mais o Sul gaúcho
O Rio Grande do Sul tem um domingo de instabilidade e que permanece nas próximas horas e ainda na segunda-feira na Metade Norte com uma frente fria. A frente trará neste começo de semana chuva em Santa Catarina, até forte, e em parte do Paraná. Em São Paulo, vai refrescar o tempo na terça com aumento de nuvens e precipitação fraca em áreas perto da costa.
Na retaguarda desta frente fria avança ar mais frio que começa a ingressar pelo Sul do Rio Grande do Sul já neste domingo e se intensifica ao longo da segunda-feira com vento Sul e temperatura muito mais baixa.
Os efeitos desta primeira incursão fria da semana serão mais sentidos na fronteira com o Uruguai, na Campanha e no Sul gaúcho com frio já nesta segunda as menores marcas no amanhecer da terça-feira.
Já na Metade Norte gaúcha, embora esfrie, a temperatura não será tão baixa como no Sul e as mínimas menores serão sentidas nas madrugadas de terça e quarta, mas sem previsão de frio muito intenso, como se observa nos mapas a seguir com as projeções de temperatura para 6h da manhã para esta segunda, terça e quarta-feira do modelo do centro meteorológico canadense.
Com isso, as condições se tornarão propícias à formação de geada em pontos da Serra do Sudeste, Campanha e fronteira com o Uruguai na primeira metade da semana pelas marcas que podem descer a 1ºC a 3ºC, especialmente na madrugada da terça.
Chuva na segunda metade da semana precede ar mais gelado
Como a massa de ar frio deste começo de semana não é de grande intensidade, ela não vai firmar o tempo por vários dias. Tanto que na metade da semana a tendência é e de a chuva retornar ao Rio Grande do Sul e com intensidade forte em algumas cidades,
Um centro de baixa pressão vai avançar para o Rio Grande do Sul na quarta e trazer chuva e trovoadas, não se descartando temporais isolados, na maioria das localidades gaúchas.
A baixa pressão, então, vai avançar para o oceano se converter em um ciclone distante da costa, sem oferecer risco maior para o continente. O ciclone impulsiona ar mais frio e seco e que trará temperatura baixa e frio mais intenso no Oeste e no Sul durante a madrugada da quinta.
Ocorre que na sexta-feira, uma segunda incursão de ar frio e de origem polar, e de forte intensidade, tende a avançar da Argentina e o Uruguai para o Sul do Brasil e será acompanhada por uma frente fria que vai trazer chuva na sexta em diversas regiões gaúchas, notadamente na Metade Norte. Esta massa de ar gelado vai cobrir o estado no próximo fim de semana e atingir outras áreas do Centro-Sul do Brasil.
Como consequência, a temperatura cai acentuadamente no próximo fim de semana no Sul do Brasil e, principalmente, no Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina que sofrerão os efeitos maiores desta segunda incursão de ar frio.
Dados indicam temperatura muito baixa nas madrugadas do próximo fim de semana, em especial a do domingo que vem, sob ar mais seco e tempo mais aberto com ar seco e gelado de origem polar. Serão as menores mínimas do ano até agora em muitos locais.
O frio persistiria na segunda-feira, primeiro dia de julho, com mínimas muito baixas e de forma mais generalizada no Sul do Brasil, inclusive com marcas abaixo de zero em um grande número de localidades.
Com efeito, as madrugadas do domingo (30) e da segunda-feira (1º/7) podem ter geada em um elevado número de municípios e que seria forte em diversos pontos, deixando as paisagens cobertas de gelo em horas do amanhecer e do começo da manhã.
Uma vez que este prognóstico do tempo cobre um período de quase dez dias, a nossa recomendação é ficar atento às atualizações da MetSul Meteorologia ao longo desta semana. Não acreditamos em mudanças significativas sobre esta tendência de esfriar, porém as projeções de temperatura diárias devem sofrer modificações.
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