Naquele momento, o projeto-piloto havia contemplado professores e 30,7 mil alunos em dez municípios das cinco regiões brasileiras. Essas escolas terão garantidas a internet e a manutenção dos equipamentos durante três anos.
À época, a projeção do Gape era replicar o projeto-piloto para outras 10 mil escolas sem internet, sobretudo no Norte e Nordeste.
Com a mudança de rota, a gestão petista projetou ampliar o número de escolas atendidas para 40 mil em todo o país por um período de dois anos, segundo representantes dos ministérios estimaram em reunião em agosto.
Dessa forma, o dinheiro do 5G deixaria de bancar computadores e treinamento de professores, e o foco passaria a ser o custeio da conexão e o aumento de unidades de ensino atendidas.
Na ocasião, o governo estimou que seriam necessários R$ 5 bilhões para a compra de computadores. Os equipamentos poderiam ser adquiridos por estados e municípios por meio de licitação do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), segundo afirmaram na ocasião os representantes da gestão petista.
Em setembro, menos de um mês após a reunião, Lula assinou o decreto que criou a Enec, com valor estimado em R$ 8,8 bilhões. Sem recursos orçamentários próprios para implementar a Enec por inteiro, o governo reuniu diferentes fontes de verba. Uma delas foi se apropriar dos R$ 3,1 bilhões do 5G.
No ano passado, Lula disse que estava “jogando muitas fichas” no projeto de escolas conectadas. O presidente avaliou que, após o lançamento da Enec, “a gente pode afirmar ao povo brasileiro que, a partir de 2026, a gente vai ter um outro país”.