- Segunda, 11 Setembro 2023 16:46
O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), integrante do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará, além de conceituada unidade de ensino e pesquisa, cumpre relevante papel social no Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital oferece procedimentos da mais alta complexidade na rede pública, sendo pioneiro e centro de referência em transplantes de órgãos no Norte e Nordeste.
Neste Setembro Verde, em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado no próximo dia 27, o HUWC da UFC, gerenciado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), segue consolidando seu papel como exemplo de pioneirismo e expertise na área de transplantes.
“O Complexo Hospitalar da UFC oferta para o SUS transplantes de órgãos sólidos [fígado, rim, pâncreas, córnea] e medula óssea há mais de 25 anos com taxas de sobrevida pós-transplante semelhantes aos melhores serviços internacionais. Atende pacientes de outros estados e regiões do País”, afirma a médica do HUWC e docente da Faculdade de Medicina da UFC, Profª Josenília Maria Alves Gomes.
Ela destaca ainda o fato de o HUWC ser um hospital de ensino com programa de residência médica e multiprofissional. Segundo ela, isso “aumenta a relevância, pois permite a formação de novos profissionais de excelência para dar seguimento à política de transplantes no SUS”.
EVOLUÇÃO – A cada ano, a colaboração da UFC para a política de transplantes de órgãos no Brasil evolui por meio do HUWC. Em 2020, o HUWC havia registrado um total de 136 transplantes, dos quais 55 de rim, 58 de medula, 17 de fígado e 6 de córnea. Em 2021, foram realizados 57 transplantes de rim, 59 de medula, 27 de fígado e 8 de córnea, totalizando 151 cirurgias dessa natureza.
No ano passado, o HUWC realizou 199, 68 deles de rim, 37 de fígado, 78 de medula, 15 de córnea e 1 de pâncreas. Neste ano, HUWC realizou, até maio, 89 transplantes. Foram 24 de rim, 40 de medula, 15 de fígado e 10 de córnea. As informações são da Unidade de Comunicação Regional da EBSERH para o Ceará.
O pioneirismo do HUWC teve início em setembro de 1977, quando foi realizado o primeiro transplante renal do Norte e Nordeste. Em 18 de maio de 2002, foi a vez do primeiro transplante hepático do Ceará, como lembra o chefe da Unidade de Transplante de Fígado do HUWC, Prof. Huygens Garcia.
No HUWC, os pacientes que necessitam receber órgãos ou medula são avaliados nos ambulatórios específicos de transplantes por equipe multidisciplinar. Além da Unidade de Transplante de Fígado do HUWC coordenada pelo médico Huygens Garcia, como já mencionado, as outras unidades e respectivos médicos coordenadores são: de Transplante Renal e de Pâncreas, Paula Frassinetti; de Transplante de Córnea, Jailton Vieira; e de Transplante de Medula, Fernando Barroso.
NOVA VIDA – A generosidade de uma família e a competência da equipe de saúde do HUWC são motivos de gratidão para a aposentada Maria Jailma Leal Menezes, de 44 anos, que agradece também a Deus ter ganhado uma nova vida há quatro anos, quando fez transplante de fígado. Ela foi operada pelo médico Amaury de Castro e Silva Filho, da equipe do Prof. Huygens. “Se estou aqui hoje com minha família, devo isso a Deus e a essa família que disse sim à doação de órgãos. Sem essa doação, eu provavelmente não estaria aqui”, afirma.
Antes da cirurgia, Jailma passou por muito sofrimento. “No fim de 2017, fui diagnosticada com hepatite autoimune, e minha hepatite evoluiu para cirrose crônica. Foi um processo muito doloroso, pois afetou não apenas a mim, mas também toda a minha família. A cada dia que passava, minha condição piorava, e eu tinha que fazer idas e vindas constantes aos hospitais, com muitas internações. A doença estava se agravando, e sintomas como infecções, crises de encefalopatia, pele e olhos amarelados e coceira intensa afetaram minha qualidade de vida. Algumas medicações até fizeram meu cabelo cair, o que, como mulher, afetou minha autoestima”, conta ela.
Encaminhada para o HUWC, começou a ser acompanhada no ambulatório da Unidade de Transplante de Fígado. Ela ficou um ano e três meses na lista de espera do SUS para recebimento do órgão. “Até que, em 7 de maio de 2019, graças a Deus, recebi um transplante de fígado no Hospital Universitário, totalmente custeado pelo SUS. A importância do transplante de órgãos na minha vida é imensa, pois, caso contrário, minha condição teria se deteriorado ainda mais”, destaca Jailma.
Hoje, mesmo depois de aposentada, ela conta que leva uma vida ativa, faz caminhadas e participa de campanha de doação de órgãos. “Continuo sendo acompanhada no Hospital das Clínicas, seguindo as orientações médicas, não esquecendo de tomar meus medicamentos e tendo cuidado para evitar quedas. Pretendo viver muitos e muitos anos, se Deus quiser”, acentua ela.
SAIBA MAIS – Quem desejar doar órgãos e tecidos deve expressar para família essa vontade porque, no Brasil, após atestada a morte do doador, esse tipo de doação só pode ser feito com a autorização dos familiares.
Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e muitos aguardam há anos na lista de espera. A lista é única, organizada por estado ou região e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Informações detalhadas estão disponíveis no site do Ministério da Saúde.
Fontes: Unidade de Comunicação Regional da EBSERH para o Ceará – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. – fone: (85) 3366 8183; Jailma Leal – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.