Mesmo se o presidente francês critica o programa do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), que ele considera “irracional financeiramente e em sua relação com a política”, Macron não se furtou a redobrar seus ataques ao programa da União da Esquerda.
Contradições da metralhadora giratória
“Esse não é um programa social-democrata”, ele “custa centenas de bilhões de euros”, disse Emmanuel Macron a alguns jornalistas na terça-feira, antes de atacar os líderes socialistas que se jogam “no fundo do poço” [ao se aliar à esquerda radical, em sua opinião] para “salvar seus assentos” na Assembleia Nacional da França.
No entanto, há uma semana, em uma coletiva de imprensa, Macron disse que queria se aproximar dos moderados de ambos os lados da divisão política. Ele também fez fortes apelos aos social-democratas, que agora ataca constantemente.
Até mesmo o ex-presidente francês, François Hollande, de quem ele foi primeiro assessor e depois ministro da Economia, se transformou em alvo. “É normal que ele se sinta confortável com o programa da Nova Frente Popular, já que ele foi o campeão do arrocho fiscal durante seu mandato de cinco anos”, disse uma fonte da comitiva presidencial.
“Macron está concentrando seus ataques na esquerda porque é onde ele ainda pode ter esperança de reconquistar votos”, disse um assessor ministerial. “Ao minar a credibilidade do programa e mostrar que ele é completamente louco, ele pode tentar alcançar os órfãos de Raphaël Glucksmann”, o chefe da lista socialista, que obteve quase 14% nas eleições europeias.