A balança comercial do Rio Grande do Norte atingiu a marca de US$ 1.119.353.489 em movimentações financeiras no período de janeiro a setembro de 2024. O valor é 8,3% maior em relação ao mesmo período de 2023, que tinha um acúmulo de US$ 1.033.763.954. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec-RN). No mês de setembro, o comércio exterior do RN alcançou US$ 82,2 milhões de exportações e importações.
Em relação às exportações, o valor acumulado entre janeiro e setembro no RN foi de US$ 721 milhões, aumento de 36% em relação ao mesmo período de 2023, quando o acumulado foi de US$ 529 milhões. Nas importações, o acumulado até setembro de 2024 é de US$ 398 milhões, tendo retração de 21% em relação ao mesmo período de 2023, que teve US$ 504 milhões registrados.
Na avaliação do titular da Sedec, Sílvio Torquato, vários fatores têm puxado a balança comercial do RN para cima, entre eles, a intensificação da importação de trigo para o Estado para a indústria de biscoitos e bolachas bem como a compra de materiais para segmentos de energias renováveis e máquinas de maneira geral para a indústria.
“É grande a movimentação de produtos da energia eólica e solar. Ultimamente algumas fábricas no RN estão adquirindo equipamentos, principalmente, na Itália, Suíça e Bélgica. Essas máquinas que estão sendo adquiridas no exterior geram um movimento grande de importação”, aponta.
No comparativo entre setembro/2023 com setembro/2024, a exportação reduziu de US$ 83 milhões para US$ 35,7 milhões e a importação cresceu de US$ 46,7 milhões para US$ 58,4 milhões. O titular da Sedec aponta que essa movimentação é “sazonal” e aponta que parte das cargas ficaram acomodadas, devendo serem exportadas em outubro deste ano.
“É sazonal. No ano passado, o movimento de cargas para o exterior era via Porto de Natal, esse ano está se acomodando: parte vai pelo porto de Natal e parte pelo de Mucuripe. Ano passado também muitas das cargas nas importações vieram porque estávamos no pique das compras para as energias eólicas, é tanto que vamos chegar no fim do ano com quase 14 GW devido a esse crescimento das máquinas no ano passado. Foi muito grande o movimento de importação. Esse movimento vai haver uma acomodação até que nós conseguirmos a movimentação das usinas eólica offshore”, avalia Torquato.
Segundo boletim divulgado pela Sedec, entre os principais produtos exportados do RN em setembro estão melões frescos (US$ 12,39 milhões), melancias frescas (US$ 7,97 milhões), tecidos de algodão (US$ 4,71 milhões), mamões frescos (US$ 1,46 milhão) e caramelos e confeitos (US$ 1,01 milhão).
Nas exportações, os cinco principais destinos comerciais do estado foram os Países Baixos (US$ 10,2 milhões), o Reino Unido (US$ 9,3 milhões), os Estados Unidos (US$ 3,6 milhões), a Colômbia (US$ 1,9 milhão) e o Peru (US$ 1,1 milhão), sendo que estes cinco países representaram 73,3% do total exportado pelo Rio Grande do Norte.
Já sobre as importações, os principais produtos que vieram para o Estado estão células fotovoltaicas (US$ 6,65 milhões), óleo diesel (US$ 5,28 milhões), outras gasolinas (US$ 5,04 milhões), caldeiras aquatubulares (US$ 3,24 milhões) e trigo e centeio (US$ 2,83 milhões).
Em relação às importações, os maiores parceiros comerciais do estado no mês de setembro foram: China (US$ 18,1 milhões), Estados Unidos (US$ 6,9 milhões), Países Baixos (US$ 5,0 milhões), Rússia (US$ 3,9 milhões) e Alemanha (US$ 3,1 milhões), compondo juntos 79,3% das importações potiguares.
Segundo a Sedec-RN, destaca-se a presença de países que não figuravam nas estatísticas do mês anterior em relação às exportações, como é o caso da Colômbia, que se tornou um destino relevante com a predominância de tecidos de algodão, cujo valor de exportação superou US$ 1,0 milhão. Da mesma forma, o Peru entrou na pauta exportadora do estado, registrando pouco mais de US$ 1,0 milhão, também com destaque para os tecidos de algodão como principal produto exportado.
Por outro lado, a Sedec disse que no campo das importações, a China reafirmou sua posição de liderança, sendo o principal fornecedor de bens ao Rio Grande do Norte. Esse protagonismo chinês deve-se à relevância do estado potiguar no setor de energias renováveis e à liderança da China na fabricação de produtos voltados para células fotovoltaicas, fatores que consolidam o país asiático como o maior parceiro comercial do Estado no que tange às importações.