O Nordeste permaneceu com a taxa de alfabetização mais baixa em relação às demais grandes regiões do país. Segundo dados do Censo, 14,2% da população não sabe ler e escrever, índice que representa o dobro da média nacional. No Sul e Sudeste essa taxa é de menos de 4%. O estudo foi divulgado nesta sexta-feira (17) pelo IBGE.
Em comparação à última edição da pesquisa, de 2010, o Nordeste apresentou relativa melhora no número de alfabetizados: um salto de 80,9% para 85,79%, em 2022.
A taxa de analfabetismo do Norte e Nordeste tinha em 2022 valores acima de 2% desde o primeiro grupo de idade — 15 a anos. No Centro-Oeste, isso ocorreu a partir de 35 a 44 anos e para no Sul e Sudeste a partir de 45 a 54 anos de idade.
A diferença regional atinge seu valor máximo para o grupo de 65 anos ou mais (28,2 pontos percentuais) entre as regiões Nordeste e o Sul do país.
Alagoas e Piauí com piores taxas
Dados do Censo mostram que Santa Catarina e o Distrito Federal são as unidades federativas com as maiores taxas de alfabetização, acima de 97%. Por outro lado, Alagoas e Piauí apresentam os piores índices — 82,8 e 82,3, respectivamente.
48 das 50 cidades com mais analfabetos estão no Nordeste
No Brasil, 50 municípios têm índices de analfabetismo iguais ou superiores a 30%— 48 dessas cidades estão no Nordeste. As únicas exceções do grupo são Alto Alegre e Amajari, em Roraima, no Norte.
No outro extremo, estão os 50 municípios com os menores índices de analfabetismo do país — todos no Sul e no Sudeste.
93% dos brasileiros sabem ler e escrever
O Censo 2022 mostrou que a taxa de alfabetização entre os brasileiros é de 93%. Isso significa dizer que entre as 163 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade, 151,5 milhões sabem ler e escrever um bilhete simples e 11,4 milhões não sabem.
Os últimos dados apontaram que o analfabetismo caiu 2,6% em relação ao Censo de 2010. Naquela época eram 9,6% da população sem saber ler e escrever, enquanto agora o percentual é 7%. Em 1940, dados do IBGE apontavam um Brasil ainda mais sem instrução: menos da metade da população (44%) era alfabetizada.
O IBGE considera alfabetizadas as pessoas que sabem ler e escrever pelo menos um bilhete simples ou uma lista de compras, no idioma que conhece, independentemente de estar ou não frequentando escola ou de ter concluído períodos letivos. Também é levado em consideração indivíduos que utilizam o Sistema Braille e que tinham habilidade para a leitura ou escrita, mas se tornaram fisicamente ou mentalmente incapacitados.