Entre 31 de dezembro de 2023 e 13 de julho de 2024, 465 casos de intoxicação pela droga sintética foram confirmados na capital paulista
22 jul
2024
– 12h26
(atualizado às 12h37)
A droga K, que ficou conhecida como ‘maconha sintética’, tem preocupado autoridades e causado intoxicações e até a morte de seus usuários. Na cidade de São Paulo, a média de pessoas intoxicadas e que necessitaram de atendimento médico passa de dois casos por dia. A informação é da CNN.
As unidade de saúde da capital paulista atenderam, entre 31 de dezembro de 2023 e 13 de julho deste ano, 483 casos de possível intoxicação por canabinoides sintéticos, sendo 465 confirmados. Deste total, 72,3% dos pacientes conseguiram se recuperar sem qualquer sequela. No entanto, seis pessoas, entre 22 e 29 anos, morreram devido a intoxicação
Grande maioria das vítimas são homens
De acordo com a CNN, das 483 pessoas atendidas com suspeita de intoxicação por drogas sintéticas em São Paulo neste período, 67,7% são pardas ou pretas. Do total de pacientes, 79,9% são homens.
- 244 pardos;
- 136 brancos;
- 83 pretos;
- 6 amarelos;
- 1 indígena;
- 13 não tiveram a raça/cor especificada
Ainda segundo o levantamento, a faixa etária mais atendida com esse diagnóstico na capital paulista, com 285 casos reportados, é entre 20 e 34 anos. Já entre adolescentes e jovens de 15 a 19 anos, os registros são de 107 atendimentos. O município também levantou que a maior parte dos atendimentos ocorreu na zona leste.
- Zona leste – 241 casos (49,9%);
- Zona norte – 84 casos (17,4%);
- Zona sudeste – 81 casos (16,8%);
- Zona sul – 50 casos (10,4%);
- Centro – 22 casos (4,6%);
- Zona oeste – 5 casos (1%).
Não é maconha
De acordo com um informe do Subsistema de Alerta Rápido sobre Drogas (SAR), do Governo Federal, apesar dos canabinoides sintéticos se ligarem aos mesmos receptores presentes no corpo humano onde atuam os fitocanabinoides, “o termo ‘maconha sintética’ não é correto”. Isso porque essa substância sintética não está presente na cannabis e, em sua maioria, não se assemelha químicamente às substâncias presentes na planta.
Elas são produzidas em laboratórios clandestinos, “sem qualquer controle de qualidade e seus efeitos incidem de forma muito mais intensa e nociva sobre o organismo do que a maconha produzida naturalmente”, de acordo com o relatório da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.
Essa substância ilegal é comumente fumada e seus efeitos começam poucos minutos após a inalação da fumaça. Os usuários podem apresentar comportamento violento, psicose e paranoia. Além disso, a toxicidade neurológica causada por ela pode levar a convulsões e eventos cardiovasculares, como hemorragias intracranianas e interrupção do fluxo sanguíneo cerebral (isquemia cerebral), e parada respiratória.